Chumbinho: o veneno proibido que pode permanecer ativo por meses em alimentos

Mesmo proibido no Brasil, o chumbinho continua sendo usado de forma clandestina e representa uma ameaça silenciosa à saúde pública. Seu uso em alimentos, intencional ou acidentalmente, tem gerado alertas em várias regiões do país, com casos graves de intoxicação. Por ser altamente tóxico e resistente, pode manter sua letalidade por semanas ou até meses, especialmente em alimentos secos como farinha ou doces.

O que é o chumbinho?

O chumbinho é um veneno ilegal, comumente vendido de forma clandestina como raticida, mas que contém substâncias extremamente perigosas como o aldicarbe. Apesar de sua venda ser proibida pela Anvisa, o produto ainda circula no comércio informal, sem controle de origem ou composição.

Ilustração chumbinho
Foto: TV TEM/Arquivo

Como ele age no corpo?

A ingestão de chumbinho afeta o sistema nervoso, podendo causar parada respiratória, convulsões, vômitos e morte. Mesmo em pequenas doses, é extremamente tóxico e pode agir em poucas horas. Em muitos casos, o socorro médico é dificultado pela ausência de antídotos específicos.

Duração prolongada do risco

O chumbinho não perde sua toxicidade facilmente. Em alimentos secos, como farinha, sua ação pode durar por longos períodos, o que amplia os riscos para consumidores que adquirem produtos estocados, transportados ou revendidos. Mesmo se não forem vendidos de imediato, alimentos contaminados podem circular e causar intoxicações semanas depois.

Casos recentes no Maranhão: Carutapera e Imperatriz

Em Carutapera, um vídeo divulgado nas redes sociais no último sábado (3) levantou um alerta preocupante: um produtor teria colocado chumbinho em uma saca de farinha após ter sofrido furtos. Segundo relatos, ao menos 5 litros de farinha podem ter sido envenenados, embora a quantidade exata do veneno ainda seja desconhecida. O caso acende um alerta para evitar o consumo de produtos sem procedência, principalmente porque a farinha furtada pode não circular apenas no povoado Livramento, mas se espalhar por outras regiões e permanecer em circulação por meses — e o efeito do chumbinho continuará ativo durante longo período.

Ilustração farinha
Ilustração. Foto: Agência Pará

Outro caso recente ocorreu em Imperatriz, também no Maranhão, onde uma mulher foi presa em flagrante ao entregar um ovo de Páscoa envenenado com chumbinho para uma família. As vítima foram hospitalizada com sintomas graves de intoxicação e causou óbitos. O caso gerou grande repercussão e reforçou o alerta sobre o uso criminoso da substância.

Crimes e punições previstas em lei

O uso de chumbinho em alimentos configura crime grave no Brasil. A legislação prevê punições como:

  • Art. 270 do Código Penal – Envenenar alimentos: pena de 10 a 15 anos de reclusão.
  • Art. 121 e 129 do Código Penal – Em caso de morte ou tentativa: pode configurar homicídio ou tentativa de homicídio, com penas de até 30 anos.
  • Lei nº 9.605/1998 (Crimes Ambientais) – Pena de até 4 anos e multa.
  • Lei nº 6.360/1976 – Controla substâncias perigosas à saúde.

O papel da Vigilância Sanitária

A Vigilância Sanitária, conforme a Lei nº 8.080/1990, tem competência para fiscalizar, recolher e interditar alimentos contaminados, além de notificar estabelecimentos e auxiliar nas investigações. A população deve colaborar com denúncias sempre que houver suspeita de contaminação ou venda ilegal de produtos.

Placa na fachada da Vigilância Sanitária em Carutapera
Foto: CTP News

Como se proteger

  • Evite alimentos sem rótulo ou procedência conhecida
  • Desconfie de produtos muito baratos ou vendidos de forma informal
  • Em caso de suspeita, não consuma e procure as autoridades

Posicionamento 

Até o momento, nenhuma autoridade de Carutapera se posicionou oficialmente sobre o caso. A população aguarda esclarecimentos por parte dos órgãos competentes quanto à origem da farinha supostamente envenenada, bem como ações preventivas para evitar riscos à saúde pública.

CTP News

CTP News - A Sua fonte confiável de notícias em tempo real sobre Carutapera e região. Informação, imparcialidade e compromisso com você!

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem