Vídeo: Mãe de adolescente denuncia racismo e intolerância religiosa durante partida de Carutapera e Godofredo Viana no JEMs

Mãe registrou boletim de ocorrência após ofensas contra o filho em transmissão ao vivo durante jogo entre Carutapera e Godofredo Viana

A mãe de um adolescente de 14 anos, goleiro da equipe de futsal da delegação de Carutapera, registrou um boletim de ocorrência denunciando que o filho foi vítima de racismo e intolerância religiosa durante uma partida da fase regional dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs 2025).

Foto: Frame/Redes Sociais

De acordo com o boletim, o caso ocorreu no último sábado, 26 de julho, durante uma partida realizada no ginásio dos JEMs, no município de Santa Luzia do Paruá, onde Carutapera enfrentava Godofredo Viana pela semifinal da competição.

Ofensa foi transmitida durante live

Segundo a denúncia feita à Polícia Civil, durante a transmissão ao vivo da partida, um dos envolvidos teria se referido ao adolescente com a expressão “preto macumbeiro da peste”, em tom pejorativo. A fala teria ocorrido após o jovem aparecer usando um terço ao lado da trave de jogo.


A mãe da vítima afirmou que o terço foi feito por ela a em um momento que o pai do adolescente, entrou em tratamento contra um câncer, e que o objeto tem valor espiritual e emocional para a família.

Boletim de ocorrência foi formalizado com base na Lei nº 7.716/1989

O caso foi registrado na última terça-feira 29 de julho, na Delegacia de Polícia Civil de Carutapera, e menciona como base legal os seguintes dispositivos:

  • Artigo 140, §3º do Código Penal – Injúria racial;
  • Artigo 20 da Lei nº 7.716/89 – Discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, inclusive em atividades públicas como eventos esportivos.

Nome do menor é preservado por força do ECA

Em cumprimento ao que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a identidade do adolescente é preservada nesta publicação. O estatuto garante a inviolabilidade dos direitos à dignidade e à imagem de crianças e adolescentes, especialmente em situações que envolvam violência ou discriminação.

Após a publicação da matéria original, a reportagem também recebeu, ainda na noite desta quarta-feira, mensagem da mãe do suposto autor da fala ofensiva, confirmando que ele também é menor de idade. Diante disso, a identidade do jovem foi preservada nas imagens e trechos de vídeo, de acordo com o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A lei veda a exposição que possa identificar crianças e adolescentes envolvidos em ocorrências policiais, tanto na condição de vítima quanto de acusado.

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Delegação de Carutapera acompanha o caso

A mãe informou que a delegação de Carutapera ficou responsável por dar encaminhamento à situação junto aos organizadores e autoridades competentes. Ela também declarou que já tomou as medidas cabíveis e agora aguarda providências por parte da Justiça.

Suposto autor foi citado no boletim

O boletim de ocorrência identifica um suposto autor da fala ofensiva. A reportagem tentou contato com o nome citado no documento para que pudesse apresentar sua versão dos fatos. Até o fechamento desta matéria, não conseguimos obter contato. O espaço segue aberto para manifestação.

Organização dos JEMs ainda não se pronunciou

Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEDEL), responsável pela organização dos JEMs, também não mencionou posicionamento oficial, até o momento.


Transparência Editorial

Mesmo após solicitação de remoção da matéria e do conteúdo publicado, optamos por manter a reportagem no ar por tratar-se de um fato de interesse público, com boletim de ocorrência oficialmente lavrado e acompanhamento pelas autoridades competentes. O espaço segue aberto para manifestação da parte mencionada, caso deseje se pronunciar.


Atualizado | 22h56

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