Desabastecimento atinge remédios de receita azul na farmácia básica do município
Usuários do Programa Municipal de saúde mental de Carutapera estão enfrentando dificuldades para conseguir medicamentos controlados, conhecidos por exigirem receita azul, usados no tratamento de transtornos como depressão, ansiedade, esquizofrenia, entre outros.
Segundo relatos de pacientes e profissionais da saúde, os estoques desses medicamentos na farmácia básica do município vêm diminuindo gradualmente nos últimos meses até chegar a um ponto de total desabastecimento.
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Foto: CTP News |
Medicamentos controlados são essenciais para tratamento contínuo
Os medicamentos controlados fazem parte de um grupo de medicações de uso contínuo, classificadas como de controle especial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Eles só podem ser adquiridos com receita médica em duas vias, sendo uma delas retida na farmácia.
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No caso de Carutapera, esses medicamentos são distribuídos gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), desde que o paciente apresente a receita válida emitida por um médico da rede pública.
Pacientes relatam interrupção no tratamento
Moradores que dependem da medicação relataram à reportagem que vêm enfrentando interrupções no tratamento, o que pode gerar crises de saúde mental, recaídas e agravamento dos quadros clínicos.
“A gente ia buscar e já estava faltando algum remédio. Agora, não tem mais nenhum”, conta uma paciente que faz tratamento há mais de dois anos com medicação de controle especial.
Outros pacientes afirmam ter recorrido a farmácias privadas, mas reclamam do alto custo dos medicamentos, o que impossibilita a compra mensal.
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Foto: Christine Sandu |
Profissionais da saúde alertam para riscos
Segundo profissionais da área ouvidos pela reportagem, a falta de medicamentos pode ter impacto direto na estabilidade emocional e física dos usuários que dependem do tratamento contínuo.
Ainda segundo os outros servidores, não há previsão de quando o estoque será reabastecido, o que agrava ainda mais a situação.
“É uma situação crítica, porque os pacientes não podem ficar sem esses remédios. Estamos orientando, mas é difícil sem uma solução concreta”, afirmou um técnico da saúde que preferiu não ser identificado.
Ausência de informações oficiais sobre reposição
Até o momento, não houve comunicado oficial da Secretaria Municipal de Saúde sobre o motivo do desabastecimento nem previsão para a normalização do fornecimento dos medicamentos de receita azul na farmácia básica.